Um estudo publicado na Autism Research descobriu que adolescentes no espectro do autismo que sofreram bullying tem duas vezes mais probabilidade do que seus pares de desenvolver tendências suicidas ao longo do tempo.

Os pesquisadores acompanharam 680 adolescentes de 13 a 18 anos que estão no espectro do autismo recebendo serviços de saúde mental no sul de Londres. Adolescentes que foram encaminhados por pensamentos e comportamentos suicidas pré-existentes foram excluídos dos resultados.

Adolescentes que disseram ter sofrido bullying durante o primeiro mês após receberem serviços de saúde mental tiveram duas vezes mais probabilidade do que outros adolescentes autistas de desenvolver pensamentos ou comportamentos suicidas em cinco anos.

Dos adolescentes que relataram bullying no início do tratamento, 44% expressaram pensamentos ou comportamentos suicidas em sua avaliação de acompanhamento. Os pesquisadores sugeriram pesquisas futuras para determinar se as intervenções para parar o bullying têm um efeito semelhante na redução do suicídio para adolescentes com autismo.

Meninas com autismo

Embora 25% do grupo fosse do sexo feminino, uma proporção maior de adolescentes vítimas de bullying era do sexo feminino. As mulheres tiveram quase o dobro do risco de suicídio em comparação com os homens no estudo, e os pesquisadores apontaram o gênero feminino como um fator de risco significativo para suicídio em adolescentes autistas.

Com relatórios publicados anteriores estimando que mais de 60 por cento das crianças com autismo são vítimas de bullying em algum ponto, os profissionais que trabalham com adolescentes autistas devem considerar as descobertas deste estudo e perguntar sobre o bullying para entender melhor o risco de comportamento suicida posterior.

Fonte: Investigating Bullying as a Predictor of Suicidality in a Clinical Sample of Adolescents with Autism Spectrum Disorder

 

Seguimos com a nossa série de postagens Saiba seus Direitos!

Hoje falaremos sobre um benefício que muitas famílias com autistas não sabem que têm direito. O Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Esse é um benefício socioassistencial e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social no valor de um salário mínimo. Para ter acesso ao BPC é preciso ter:

Renda familiar inferior a 1/4 do salário mínimo; e comprovação da deficiência e do nível de incapacidade para vida independente e para o trabalho, temporária ou permanente, que deve ser atestada por perícia médica e social do INSS.

(Para a lei, considera-se: 1- Família: todas as pessoas que vivem sob o mesmo teto. 2- Renda: soma bruta de todos os rendimentos recebidos pela família.)

Como você pode solicitar o BPC?
O pedido é feito na agência do INSS, sendo que para atendimento é obrigatório fazer o agendamento, que poder ser feito pessoalmente ou pelo telefone 135 da Central de Atendimento da Previdência Social (ligação gratuita de telefone fixo ou público) ou pela internet no site www.previdenciasocial. gov.br.

No dia e horário marcados a pessoa ou seu representante legal deve levar declaração de renda da família, comprovante de residência e documentos de identificação (como RG e CPF) e preencher e assinar o formulário de solicitação do benefício.

Depois será marcada uma perícia médica e social para comprovar tanto a deficiência como a incapacidade para a vida independente e para o trabalho. Se precisar de informações, antes de ir ao INSS, a pessoa pode procurar a Secretaria Municipal de Assistência Social, CRAS ou órgão similar no seu município.

Se houver comprovada impossibilidade de deslocamento da pessoa com deficiência até o local de realização da avaliação da incapacidade, ela é realizada em seu domicílio ou instituição em que estiver internada.

Validade do Benefício

Importante ter em mente que o BPC não pode ser acumulado com outro benefício da Seguridade Social, salvo com assistência médica e no caso de recebimento de pensão especial de natureza indenizatória.

O Benefício também não é vitalício e a concessão é revista a cada dois anos para avaliação de sua continuidade e será cessada sempre que os requisitos não estiverem mais presentes.

Fonte: jus.com.br/artigos/80685/direito-dos-autistas

Nós, da Casulo Comportamento e Saúde, acreditamos que para que haja a inclusão social real das pessoas com Autismo e outras formas de deficiências, físicas ou mentais, é necessário fazer valer as leis e direitos conquistados por essas populações.

Além dos direitos constitucionais, garantidos à pessoa através da constituição de 1988, o autista também tem direitos previstos em leis específicas para pessoas com deficiência (Leis 8.899/94, 10.048/2000, 10.098/2000, entre outras), bem como em normas internacionais assinadas pelo Brasil, como a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

E para isso, nós acreditamos que é fundamental que as pessoas saibam quais são esses direitos.

Com esse objetivo, resolvemos iniciar uma nova série de postagens no nosso blog e nas nossas redes sociais, chamada Saiba seus direitos!, no qual compartilharemos cada um dos descritos em leis federais, estaduais e municipais.

Para iniciarmos, veja quais são os direitos dos autistas na área de Assistência Social:

As pessoas com autismo e sua família podem se beneficiar de tudo que a Assistência Social tem a oferecer no município onde residem. As informações sobre os benefícios, programas, serviços e projetos existentes e como acessá-los podem ser obtidas no CRAS na cidade de sua residência, ou nas Secretarias de Assistência Social das Prefeituras.

Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas Deficiências e Idosas

Esse serviço tem como objetivo prevenir situações que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais destas pessoas, independente da idade, que já possuam vínculos frágeis ou falta de acesso a benefícios assistenciais

Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias

Foi criado visando promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e idosas com dependência, seus cuidadores e familiares, considerando especialmente a vivência de violação de direitos que comprometam sua autonomia por exemplo, isolamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas na família, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador e desvalorização da potencialidade/capacidade da pessoa.

Serviço de Acolhimento Institucional (Residências inclusivas para jovens e adultos com deficiência)

Destina-se a jovens e adultos com deficiência, que os vínculos familiares estão rompidos ou fragilizados e não dispõem de condições de autosustentabilidade, de retaguarda familiar temporária ou permanente ou que estejam em processo de desligamento de instituições de longa permanência.

Fonte: https://www.revistaautismo.com.br/CartilhaDireitos.pdf

A Casulo Comportamento e Saúde agora é parceira da Clínica Em.Si, sediada em Cachoeiro (ES). Idealizada pela neuropsicóloga Daniele Garioli a Clínica Em.Si é um centro de excelência de avaliação e intervenção, cujo objetivo central é auxiliar o progresso do desenvolvimento infantil através de um tratamento interdisciplinar com um equipe especialista em intervenção precoce.

Garioli explica que a ideia da parceria junto com a Casulo Comportamento e Saúde surgiu da necessidade de direcionar as supervisões da Clínica Em.Si em atendimentos  que envolviam a Terapia ABA.

“Eu já conhecia o excelente trabalho que a Casulo vinha fazendo no norte do Espírito Santo e sempre compartilhei da preocupação da Casulo com relação à necessidade de termos profissionais qualificados para fazer as intervenções ABA e questionei a Mylena Lima (diretora clínica da Casulo) sobre quais seriam das qualificações profissionais que são necessárias para que pudéssemos oferecer também esse serviço”, ela diz.

Após os primeiros treinamentos online oferecidos pela Casulo e uma visita presencial feita em Cachoeiro, a Clínica Em.Si continuará o trabalho especializado da avaliação precoce e a Casulo Comportamento e Saúde com a parte de intervenção de ABA de crianças com autismo ou algum tipo de deficiência intelectual.  “A ideia é melhorar ainda mais a qualidade do nosso atendimento, com eles fazendo toda essa parte de supervisão”, diz Daniele Garioli.

Clique aqui e conheça a Clínica Em.Si!

Vocês pediram e a Casulo Comportamento e Saúde atendeu. O Treino de Pais “ABC da Parentalidade Positiva” está de volta e com turma nova. O curso terá valor promocional de R$ 284,00 pelas dez sessões online, com quórum mínimo de 50 pessoas. As aulas acontecerão todas as quintas-feiras, a partir do dia 24 de setembro, às 19h, e será emitido certificado de 10h após a conclusão do curso. A inscrição e o pagamento deverão ser feitos na plataforma do curso clicando aqui.

Ministrado pela Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde, Mylena Pinto Lima, e pela Terapeuta líder, Geisiely de Paulo de Souza, o Treino de Pais “ABC da Parentalidade Positiva” é um curso introdutório, feito dentro dos parâmetros do Protocolo RUBI de Treino de pais, voltado para pais que não tiveram contato com estratégias da Análise do Comportamento Aplicada anteriormente e servirá para ensinar habilidades cruciais para que pais aprendam estratégias eficientes para promoverem a cooperação infantil.

O Protocolo RUBI (Research Units in Behavioral Intervention) é um treinamento para pais desenvolvido para diminuir comportamentos desafiadores em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA).  A pesquisa científica mostra que o Treino de Pais é efetivo na redução desses comportamentos em crianças e adolescentes, inclusive para indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com o ensino de estratégias baseadas em evidências é possível melhorar as habilidades parentais e evitar esses comportamentos.

Vale lembrar que as estimativas mais recentes sobre a prevalência do autismo nas populações indicam que 1 em cada 54 crianças irão apresentar os sintomas do autismo. Além disto, cerca de 50% dessas crianças apresentarão comportamentos disruptivos como birras intensas, jogar-se ao chão em recusa para responder, desafiar instruções para cumprir rotinas, expressões de raiva e outros problemas de comportamentos sérios na vida cotidiana.

Além das aulas gravadas, os alunos também terão acesso a apostilas e exercícios em cada uma das sessões, bem como o acesso a um fórum virtual para tirarem suas dúvidas e partilharem suas experiencias com os outros participantes.

Atenção: o quórum mínimo para a viabilidade do curso é de 50 pessoas. Caso não seja alcançada a quantidade mínima, os pais serão avisados com 48 horas de antecedência e o início do curso prorrogado até que o número mínimo de participantes seja alcançado.

O programa RUBI de treino de pais está muito presente no dia-dia da Casulo Comportamento e Saúde, embora a maiora dos pais não saibam disso. Por isso decidimos explicar o que é e como funciona esse programa bastante eficiente que visa ajudar o tratamento das crianças com autismo.

Primeiro, vamos entender de onde vem a palavra. RUBI é na verdade uma sigla para Research Units in Behavioral Intervention (RUBI) e é um programa de treinamento para pais desenvolvido para diminuir comportamentos desafiadores em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA). 

Como se sabe, crianças dentro do espectro frequentemente apresentam problemas de comportamento concomitantes que interferem nas habilidades da vida diária e na colocação educacional. 

O programa RUBI atua como uma intervenção autônoma para problemas de comportamento em crianças. A grande vantagem é que dentro do treino de pais RUBI é possível criar opções de treinamento em grupo, uma alternativa de menor custo, pois permite que os provedores atendam a vários clientes simultaneamente sem perder a eficiência.

Usado internacionalmente, o programa de treinamento de pais RUBI possui evidências científicas de que funciona, com a maioria das crianças estudadas apresentando melhorias no comportamento problemático.  Além disso, sua implementação em grupo foi considerado viável após vários estudos, conforme demonstrado pelos altos níveis de aceitação dos pais, frequência e fidelidade ao tratamento. 

A Casulo Comportamento e Saúde também oferece treinamentos tendo como base o método RUBI de Treino de Pais. Um exemplo é o curso “ABC da Parentalidade Positiva”, um curso introdutório voltado para pais que não tiveram contato com estratégias da Análise do Comportamento Aplicada anteriormente e servirá para ensinar habilidades cruciais para que pais aprendam estratégias eficientes para promoverem a cooperação infantil.

Ficou interessado em fazer este treinamento para pais? Fique atento! Em breve abriremos novas vagas para um novo curso voltado para este assunto!

Quando começamos a entrar em contato com a Análise do Comportamento Aplicada um dos principais conceitos que nos deparamos é o de reforçadores. Apesar de muito utilizados até no dia a dia, é comum que haja confusão entre o que são reforçadores, aqui no blog já falamos um pouco sobre o papel dos reforçadores, mas nesse post vamos falar especificamente sobre a diferença entre reforço positivo e negativo.

Os reforçadores podem ser itens (brinquedos, guloseimas), atividades (brincadeiras preferidas), e respostas sociais (elogios) que aumentam a chance de um comportamento que aconteceu antes daquele reforço se repita no futuro. O reforçamento está, portanto, ligado diretamente ao aumento da frequência de um comportamento.

O reforçamento é positivo quando esse estímulo é acrescentado para o indivíduo e o reforçamento é negativo quando o estímulo é retirado. Por exemplo, se uma criança pede educadamente um brinquedo ao seu coleguinha e esse brinquedo é entregue a ele, o brinquedo está reforçando positivamente o ato de pedir com educação. Um exemplo de reforçamento negativo, é por exemplo quando a criança faz uma birra porque não quer comer brócolis e você retira o alimento do prato dela.

Dessa forma, o reforçamento positivo ou negativo não está relacionado a uma avaliação moral daquele comportamento, é uma relação matemática: é positivo quando algo é acrescentado e é negativo quando algo é retirado. Na Análise do Comportamento, o reforçamento positivo é sempre o melhor caminho para o aprendizado das crianças, no entanto, adultos podem acabar reforçado comportamentos difíceis, aumentando a ocorrência deles e dificultando o aprendizado de novos comportamentos mais adaptativos.

Assim, é importante estar sempre atento aos comportamentos das crianças, reforçando quando ela estiver se comportando de forma apropriada e ensinando comportamentos mais adaptativos quando necessário. Para isso, é importante contar com um profissional da Análise do Comportamento devidamente qualificado e credenciado para fazer esse tipo de avaliação.

Muito mais meninos do que meninas são diagnosticados no espectro do autismo, dizem as estatísticas. Mais precisamente, 1 a cada 34 meninos são diagnosticados com autismo, enquanto 1 a cada 144 meninas estão dentro do espectro, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC)*, colocando uma proporção de aproximadamente 4 meninos para cada menina com autismo.

O motivo para essa diferença costuma apontar para diferenças genéticas. Mas esse preceito tem mudado nos últimos anos à medida que pesquisadores e médicos têm percebido que muitas garotas autistas consideradas de “melhor funcionamento” simplesmente não foram percebidas.

Pesquisas indicam que gerações inteiras de garotas podem ter sido diagnosticadas muito tardiamente ou mesmo esquecidas, muito por não se enquadrarem nos estereótipos, terem seus sintomas mal interpretados ou mesmo por poderem ser melhores em esconder os sinais quando jovens. Isso que significa uma enorme taxa de sub-notificação envolvendo o diagnóstico de meninas dentro do espectro do autismo.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que é caracterizado por dois tipos incomuns de comportamento: déficits de comunicação e habilidades sociais e comportamentos restritos ou repetitivos. Crianças com autismo também costumam ter problemas de processamento sensorial.

O problema é que os parâmetros usados para o diagnóstico clássico de autismo são basicamente voltados para os meninos. Isso não quer dizer que as meninas não possam se enquadrar nesses parâmetros de diagnóstico, mas como seus comportamentos restritos ou repetitivos são muitas vezes mais “suaves” ou se mostram de maneira diferente dos meninos, o diagnóstico pode passar batido.

É comum, por exemplo, que meninas dentro do espectro tenham um desempenho escolar que os meninos. Como muitas das vezes o autismo é diagnosticado nos primeiros anos escolares, os sinais acabam não ficando tão claros.

De acordo com um estudo de 2005 da Universidade de Stanford, as meninas autistas exibem um comportamento menos repetitivo e restrito do que os meninos. O estudo também descobriu que diferenças cerebrais entre meninos e meninas autistas ajudam a explicar essa discrepância.

Segundo a pesquisa, as meninas têm maior probabilidade de controlar seu comportamento em público, então os professores não percebem as diferenças.

Além disso, há outra razão para as meninas autistas serem mal diagnosticadas ou diagnosticadas mais tarde que os meninos. Meninas que lutam com autismo não diagnosticado frequentemente desenvolvem depressão , ansiedade ou baixa auto-estima, e os médicos podem não ir a fundo para entender a disfunção social causada pelo autismo. Pior, não são raros os casos de garotas que são diagnosticadas com outros transtornos mentais, como o transtorno bipolar.

Por isso, é importante que os pais de meninas também estejam atentos aos sinais. Neste post falamos sobre quais os principais sinais do autismo.

Fontes: https://childmind.org/article/autistic-girls-overlooked-undiagnosed-autism/
https://www.autismspeaks.org/autism-statistics

Um grupo multidisciplinar de pesquisadores em autismo propôs um novo método para identificar se certas alterações genéticas estão ligadas ao autismo, em um estudo publicado em abril na revista Nature Reviews Genetics.

“Ser capaz de vincular o autismo a genes específicos nos permite saber como certas alterações genéticas afetam uma pessoa com autismo, ajudando-nos a desenvolver tratamentos personalizados que apoiarão essa pessoa”, disse o Dr. Thomas Frazier, Ph.D., Autism Speaks diretor científico e autor do artigo.

Após avaliar esse processo em outras condições, o grupo de pesquisa aplicou uma abordagem genética existente para 11 variantes genéticas comumente ligadas ao autismo, revisando os estudos científicos conhecidos sobre essas alterações genéticas no autismo.

Essa abordagem genética, chamada ClinGen, permite que os pesquisadores pontuem as informações de cada estudo para decidir se uma forte associação entre autismo e um gene específico pode existir.

Dos 11 genes revisados, cinco mostraram um forte nível de confiança como um gene associado ao transtorno do espectro do autismo – com base nas evidências de pesquisa disponíveis.

Para continuar este trabalho, os pesquisadores sugeriram um conjunto padrão de informações que precisarão ser fornecidos em futuros estudos genéticos publicados. Essa abordagem permitirá que outras variantes genéticas e seus fenótipos sejam revisados para obter uma descrição mais detalhada de sua ligação ao autismo.

Fonte: Autism Speaks

Um dos sinais do autismo são o atraso no desenvolvimento da linguagem e da comunicação de forma geral. Muitas vezes, comportamentos inapropriados como birra, reclamações e até agressões estão relacionados às dificuldades de comunicar suas motivações para outras pessoas.

Como os adultos não compreendem exatamente o que está ocorrendo, acabam motivando esse tipo de comportamento inapropriado através da atenção ou do acesso a algo que interesse à criança, o que torna o comportamento ainda mais frequente.

Para lidar com essa questão, é importante ensinar a criança a expressar seus desejos corretamente. Se a criança tem dificuldades na fala, ela pode por exemplo utilizar um sinal motor ou uma imagem para dizer o que precisa naquele momento. Essa estratégia de ensino é chamada de Treinamento de Comunicação Funcional.

Treinamento de Comunicação Funcional

Os estudos científicos apontam o Treinamento de Comunicação Funcional (Functional Comunication Training) é uma estratégia de ensino baseada em evidência muito importante para crianças dentro do espectro. Através do Treinamento a criança pode aprender a comunicar seus desejos e motivações de forma apropriada. Isso reduz comportamentos agressivos ou inadequados socialmente.

Essa comunicação pode ser feita através de palavras, sinais motores ou figuras, dependendo das habilidades de cada criança. Mas é importante que essa forma de comunicação seja ensinada para ela. Se a criança começa a chorar porque quer alguma coisa, você deve solicitar que ela te peça de maneira apropriada. Quando isso acontecer, é fundamental que você atenda essa demanda apenas quando ela solicitar apropriadamente, assim, ela aprende que essa é uma forma eficaz de ser atendida.

Você pode utilizar aplicativos e quadros de imagens, como nas rotinas visuais. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) também pode ser uma grande aliada, no entanto, é importante lembrar que nesse momento não estamos querendo que a criança domine uma linguagem tão rica como a LIBRAS, e sim que ela aprenda alguns sinais simples para que possa comunicar o que deseja.

Também é importante que esses sinais sejam compartilhados por todo o sistema de apoio da criança, para que ela possa ser compreendida e a substituição do comportamento inadequado de fato ocorra. É fundamental ter o acompanhamento de um profissional da Análise do Comportamento para orientar a correta utilização do Treinamento de Comunicação Funcional.