Distúrbios envolvendo a qualidade do sono não são raros nos casos de crianças com autismo. Entre 40% e 80% das crianças dentro do espectro sofrem ou já sofreram com algum tipo de dificuldade para dormir.

Felizmente, na maioria dos casos não é necessária a utilização de medicação. É o que afirma a psiquiatra infantil drª Fernanda Mappa. Segundo ela, uma boa higienização do sono é muitas vezes o suficiente para fazer com que esses distúrbios sejam superados.

Mas afinal, o que é a Higienização do Sono?

Mappa explica que a higiene do sono, nada mais é que o estabelecimento de uma rotina para o sono, que vai incluir três aspectos fundamentais: ambiente, horário e atividades prévias ao sono.

O ambiente do sono deve ser escuro ou com pouca luminosidade, silencioso e com temperatura adequada.

Os horários de dormir e acordar devem ser regulares. Os horários de sesta durante o dia devem ser adequados para a idade e sempre regulares, evitando “soninhos” muito prolongados, quando a criança sabidamente tem dificuldade para iniciar o sono.

As atividades prévias ao sono devem ser consistentes e repetidas para criar a sensação de que aquele momento é do sono, por exemplo: dar um banho, jantar, escovar os dentes, colocar pijama, ligar uma música calma ou contar uma história tranquila e envolvente.

“Algumas crianças, gostam de levar um brinquedo ou um bichinho para a cama, isso não é um problema. Manter uma rotina diária ajuda a criança de um ciclo circadiano de acordo com os hábitos da família”, afirma a psiquiatra.

Mas de nada adianta, a família querer colocar a criança para dormir horas antes do que está acostumada, por exemplo para poder dar conta de alguma atividade extra ou a família querer que a criança durma em um horário em que a casa ainda está muito iluminada ou pouco silenciosa, com vários membros familiares conversando, isso costuma não gerar um ambiente favorável ao sono.

Mappa lembra que, para casos de crianças com TEA baixo funcionamento, além da higiene de sono, soma-se obrigatoriamente medidas comportamentais. “Os princípios básicos das intervenções comportamentais não diferem muito para crianças e adolescentes com autismo. No entanto, a análise aplicada do comportamento (ABA) e a educação baseada nos pais também mostraram melhora nos distúrbios do sono em TEA”, ressalta Mappa.

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