Um estudo da Universidade Federal do Ceará em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e com o Instituto da Primeira Infância (IPREDE) pretende reduzir drasticamente o tempo para a identificação do autismo e tornar esse diagnóstico mais preciso.

O estudo tem sido coordenado pelo professor do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Medicina da UFC, Sulivan Mota.

Como sabemos, hoje o autismo é diagnosticado a partir da observação das características comportamentais, o que só é possível de se fazer de forma precisa a partir dos dois anos de idade. Com isso, o objetivo do estudo é fazer com que esse diagnóstico seja possível durante o teste do pezinho

Mota é um dos integrantes do grupo de pesquisa que irá examinar o sangue e a urina de crianças nascidas na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), com objetivo de buscar essa precisão no diagnóstico de maneira precoce.

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O intuito da investigação é verificar se, nesses fluidos, é possível identificar proteínas que sejam específicas de pessoas que se encontram dentro do espectro autista.

Novo passo

A pesquisa das universidades cearenses, com sangue e urina, é um novo passo em busca desse diagnóstico. Ela seguirá o mesmo princípio da investigação anterior, da saliva: a identificação do proteoma, agora com líquidos diferentes.

“Esperamos encontrar as mesmas proteínas, mas podem ser outras. Se as encontramos na saliva, é provável que elas estejam em todos os líquidos orgânicos. Por que não? Daí, esse será o grande achado, pois, se essas proteínas estão no sangue, por que não encontrá-las no teste do pezinho, que utiliza o sangue, não é?”, projeta.

 

O teste do pezinho é um exame médico utilizado para o diagnóstico precoce de várias doenças, como o hipotireoidismo congênito, a fibrose cística, síndromes falciformes, entre outras.

Segundo avaliação do professor  Mota, que também é presidente IPREDE, em cerca de 10 anos, caso as hipóteses da pesquisa se confirmem, já será possível identificar o TEA nesse exame. Desta forma, haveria não apenas o diagnóstico preciso, mas também precoce.

“A única certeza que se tem sobre o autismo é que, quanto mais precocemente se instala o tratamento, que é traduzido por estimulação, melhores os resultados. A criança não deixa de ser autista, pois o autismo é para a vida inteira, mas ela socializa melhor”, ressalta o professor.

Texto Completo: Portal UFC

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