Vocês pediram e a Casulo Comportamento e Saúde atendeu. O Treino de Pais “ABC da Parentalidade Positiva” está de volta e com turma nova. O curso terá valor promocional de R$ 284,00 pelas dez sessões online, com quórum mínimo de 50 pessoas. As aulas acontecerão todas as quintas-feiras, a partir do dia 24 de setembro, às 19h, e será emitido certificado de 10h após a conclusão do curso. A inscrição e o pagamento deverão ser feitos na plataforma do curso clicando aqui.

Ministrado pela Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde, Mylena Pinto Lima, e pela Terapeuta líder, Geisiely de Paulo de Souza, o Treino de Pais “ABC da Parentalidade Positiva” é um curso introdutório, feito dentro dos parâmetros do Protocolo RUBI de Treino de pais, voltado para pais que não tiveram contato com estratégias da Análise do Comportamento Aplicada anteriormente e servirá para ensinar habilidades cruciais para que pais aprendam estratégias eficientes para promoverem a cooperação infantil.

O Protocolo RUBI (Research Units in Behavioral Intervention) é um treinamento para pais desenvolvido para diminuir comportamentos desafiadores em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA).  A pesquisa científica mostra que o Treino de Pais é efetivo na redução desses comportamentos em crianças e adolescentes, inclusive para indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com o ensino de estratégias baseadas em evidências é possível melhorar as habilidades parentais e evitar esses comportamentos.

Vale lembrar que as estimativas mais recentes sobre a prevalência do autismo nas populações indicam que 1 em cada 54 crianças irão apresentar os sintomas do autismo. Além disto, cerca de 50% dessas crianças apresentarão comportamentos disruptivos como birras intensas, jogar-se ao chão em recusa para responder, desafiar instruções para cumprir rotinas, expressões de raiva e outros problemas de comportamentos sérios na vida cotidiana.

Além das aulas gravadas, os alunos também terão acesso a apostilas e exercícios em cada uma das sessões, bem como o acesso a um fórum virtual para tirarem suas dúvidas e partilharem suas experiencias com os outros participantes.

Atenção: o quórum mínimo para a viabilidade do curso é de 50 pessoas. Caso não seja alcançada a quantidade mínima, os pais serão avisados com 48 horas de antecedência e o início do curso prorrogado até que o número mínimo de participantes seja alcançado.

O programa RUBI de treino de pais está muito presente no dia-dia da Casulo Comportamento e Saúde, embora a maiora dos pais não saibam disso. Por isso decidimos explicar o que é e como funciona esse programa bastante eficiente que visa ajudar o tratamento das crianças com autismo.

Primeiro, vamos entender de onde vem a palavra. RUBI é na verdade uma sigla para Research Units in Behavioral Intervention (RUBI) e é um programa de treinamento para pais desenvolvido para diminuir comportamentos desafiadores em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA). 

Como se sabe, crianças dentro do espectro frequentemente apresentam problemas de comportamento concomitantes que interferem nas habilidades da vida diária e na colocação educacional. 

O programa RUBI atua como uma intervenção autônoma para problemas de comportamento em crianças. A grande vantagem é que dentro do treino de pais RUBI é possível criar opções de treinamento em grupo, uma alternativa de menor custo, pois permite que os provedores atendam a vários clientes simultaneamente sem perder a eficiência.

Usado internacionalmente, o programa de treinamento de pais RUBI possui evidências científicas de que funciona, com a maioria das crianças estudadas apresentando melhorias no comportamento problemático.  Além disso, sua implementação em grupo foi considerado viável após vários estudos, conforme demonstrado pelos altos níveis de aceitação dos pais, frequência e fidelidade ao tratamento. 

A Casulo Comportamento e Saúde também oferece treinamentos tendo como base o método RUBI de Treino de Pais. Um exemplo é o curso “ABC da Parentalidade Positiva”, um curso introdutório voltado para pais que não tiveram contato com estratégias da Análise do Comportamento Aplicada anteriormente e servirá para ensinar habilidades cruciais para que pais aprendam estratégias eficientes para promoverem a cooperação infantil.

Ficou interessado em fazer este treinamento para pais? Fique atento! Em breve abriremos novas vagas para um novo curso voltado para este assunto!

Quando começamos a entrar em contato com a Análise do Comportamento Aplicada um dos principais conceitos que nos deparamos é o de reforçadores. Apesar de muito utilizados até no dia a dia, é comum que haja confusão entre o que são reforçadores, aqui no blog já falamos um pouco sobre o papel dos reforçadores, mas nesse post vamos falar especificamente sobre a diferença entre reforço positivo e negativo.

Os reforçadores podem ser itens (brinquedos, guloseimas), atividades (brincadeiras preferidas), e respostas sociais (elogios) que aumentam a chance de um comportamento que aconteceu antes daquele reforço se repita no futuro. O reforçamento está, portanto, ligado diretamente ao aumento da frequência de um comportamento.

O reforçamento é positivo quando esse estímulo é acrescentado para o indivíduo e o reforçamento é negativo quando o estímulo é retirado. Por exemplo, se uma criança pede educadamente um brinquedo ao seu coleguinha e esse brinquedo é entregue a ele, o brinquedo está reforçando positivamente o ato de pedir com educação. Um exemplo de reforçamento negativo, é por exemplo quando a criança faz uma birra porque não quer comer brócolis e você retira o alimento do prato dela.

Dessa forma, o reforçamento positivo ou negativo não está relacionado a uma avaliação moral daquele comportamento, é uma relação matemática: é positivo quando algo é acrescentado e é negativo quando algo é retirado. Na Análise do Comportamento, o reforçamento positivo é sempre o melhor caminho para o aprendizado das crianças, no entanto, adultos podem acabar reforçado comportamentos difíceis, aumentando a ocorrência deles e dificultando o aprendizado de novos comportamentos mais adaptativos.

Assim, é importante estar sempre atento aos comportamentos das crianças, reforçando quando ela estiver se comportando de forma apropriada e ensinando comportamentos mais adaptativos quando necessário. Para isso, é importante contar com um profissional da Análise do Comportamento devidamente qualificado e credenciado para fazer esse tipo de avaliação.

Muito mais meninos do que meninas são diagnosticados no espectro do autismo, dizem as estatísticas. Mais precisamente, 1 a cada 34 meninos são diagnosticados com autismo, enquanto 1 a cada 144 meninas estão dentro do espectro, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC)*, colocando uma proporção de aproximadamente 4 meninos para cada menina com autismo.

O motivo para essa diferença costuma apontar para diferenças genéticas. Mas esse preceito tem mudado nos últimos anos à medida que pesquisadores e médicos têm percebido que muitas garotas autistas consideradas de “melhor funcionamento” simplesmente não foram percebidas.

Pesquisas indicam que gerações inteiras de garotas podem ter sido diagnosticadas muito tardiamente ou mesmo esquecidas, muito por não se enquadrarem nos estereótipos, terem seus sintomas mal interpretados ou mesmo por poderem ser melhores em esconder os sinais quando jovens. Isso que significa uma enorme taxa de sub-notificação envolvendo o diagnóstico de meninas dentro do espectro do autismo.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que é caracterizado por dois tipos incomuns de comportamento: déficits de comunicação e habilidades sociais e comportamentos restritos ou repetitivos. Crianças com autismo também costumam ter problemas de processamento sensorial.

O problema é que os parâmetros usados para o diagnóstico clássico de autismo são basicamente voltados para os meninos. Isso não quer dizer que as meninas não possam se enquadrar nesses parâmetros de diagnóstico, mas como seus comportamentos restritos ou repetitivos são muitas vezes mais “suaves” ou se mostram de maneira diferente dos meninos, o diagnóstico pode passar batido.

É comum, por exemplo, que meninas dentro do espectro tenham um desempenho escolar que os meninos. Como muitas das vezes o autismo é diagnosticado nos primeiros anos escolares, os sinais acabam não ficando tão claros.

De acordo com um estudo de 2005 da Universidade de Stanford, as meninas autistas exibem um comportamento menos repetitivo e restrito do que os meninos. O estudo também descobriu que diferenças cerebrais entre meninos e meninas autistas ajudam a explicar essa discrepância.

Segundo a pesquisa, as meninas têm maior probabilidade de controlar seu comportamento em público, então os professores não percebem as diferenças.

Além disso, há outra razão para as meninas autistas serem mal diagnosticadas ou diagnosticadas mais tarde que os meninos. Meninas que lutam com autismo não diagnosticado frequentemente desenvolvem depressão , ansiedade ou baixa auto-estima, e os médicos podem não ir a fundo para entender a disfunção social causada pelo autismo. Pior, não são raros os casos de garotas que são diagnosticadas com outros transtornos mentais, como o transtorno bipolar.

Por isso, é importante que os pais de meninas também estejam atentos aos sinais. Neste post falamos sobre quais os principais sinais do autismo.

Fontes: https://childmind.org/article/autistic-girls-overlooked-undiagnosed-autism/
https://www.autismspeaks.org/autism-statistics

Um grupo multidisciplinar de pesquisadores em autismo propôs um novo método para identificar se certas alterações genéticas estão ligadas ao autismo, em um estudo publicado em abril na revista Nature Reviews Genetics.

“Ser capaz de vincular o autismo a genes específicos nos permite saber como certas alterações genéticas afetam uma pessoa com autismo, ajudando-nos a desenvolver tratamentos personalizados que apoiarão essa pessoa”, disse o Dr. Thomas Frazier, Ph.D., Autism Speaks diretor científico e autor do artigo.

Após avaliar esse processo em outras condições, o grupo de pesquisa aplicou uma abordagem genética existente para 11 variantes genéticas comumente ligadas ao autismo, revisando os estudos científicos conhecidos sobre essas alterações genéticas no autismo.

Essa abordagem genética, chamada ClinGen, permite que os pesquisadores pontuem as informações de cada estudo para decidir se uma forte associação entre autismo e um gene específico pode existir.

Dos 11 genes revisados, cinco mostraram um forte nível de confiança como um gene associado ao transtorno do espectro do autismo – com base nas evidências de pesquisa disponíveis.

Para continuar este trabalho, os pesquisadores sugeriram um conjunto padrão de informações que precisarão ser fornecidos em futuros estudos genéticos publicados. Essa abordagem permitirá que outras variantes genéticas e seus fenótipos sejam revisados para obter uma descrição mais detalhada de sua ligação ao autismo.

Fonte: Autism Speaks

Um dos sinais do autismo são o atraso no desenvolvimento da linguagem e da comunicação de forma geral. Muitas vezes, comportamentos inapropriados como birra, reclamações e até agressões estão relacionados às dificuldades de comunicar suas motivações para outras pessoas.

Como os adultos não compreendem exatamente o que está ocorrendo, acabam motivando esse tipo de comportamento inapropriado através da atenção ou do acesso a algo que interesse à criança, o que torna o comportamento ainda mais frequente.

Para lidar com essa questão, é importante ensinar a criança a expressar seus desejos corretamente. Se a criança tem dificuldades na fala, ela pode por exemplo utilizar um sinal motor ou uma imagem para dizer o que precisa naquele momento. Essa estratégia de ensino é chamada de Treinamento de Comunicação Funcional.

Treinamento de Comunicação Funcional

Os estudos científicos apontam o Treinamento de Comunicação Funcional (Functional Comunication Training) é uma estratégia de ensino baseada em evidência muito importante para crianças dentro do espectro. Através do Treinamento a criança pode aprender a comunicar seus desejos e motivações de forma apropriada. Isso reduz comportamentos agressivos ou inadequados socialmente.

Essa comunicação pode ser feita através de palavras, sinais motores ou figuras, dependendo das habilidades de cada criança. Mas é importante que essa forma de comunicação seja ensinada para ela. Se a criança começa a chorar porque quer alguma coisa, você deve solicitar que ela te peça de maneira apropriada. Quando isso acontecer, é fundamental que você atenda essa demanda apenas quando ela solicitar apropriadamente, assim, ela aprende que essa é uma forma eficaz de ser atendida.

Você pode utilizar aplicativos e quadros de imagens, como nas rotinas visuais. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) também pode ser uma grande aliada, no entanto, é importante lembrar que nesse momento não estamos querendo que a criança domine uma linguagem tão rica como a LIBRAS, e sim que ela aprenda alguns sinais simples para que possa comunicar o que deseja.

Também é importante que esses sinais sejam compartilhados por todo o sistema de apoio da criança, para que ela possa ser compreendida e a substituição do comportamento inadequado de fato ocorra. É fundamental ter o acompanhamento de um profissional da Análise do Comportamento para orientar a correta utilização do Treinamento de Comunicação Funcional.

Mais de três meses já se passaram desde que a pandemia do Covid-19 chegou ao Brasil e, embora algumas cidades já estejam reabrindo os comércios e reduzindo as medidas de isolamento social, ainda estamos distantes do retorno pleno à rotina de antes da pandemia.

Por isso, separamos cinco dicas para que você e sua criança com TEA possam lidar da melhor forma possível com este período ainda tão complicado e cheio de incertezas.

Promova um ambiente calmo.
Em tempos de mudança, é comum que o nível de estresse aumente dentro de casa. Por isso é importante desenvolver estratégias que promovam comportamentos calmantes. Separe momentos do dia em que você e sua criança com autismo possam relaxar.

Crie rotinas. 
Sabemos que as rotinas são essenciais para indivíduos com TEA. Se as rotinas estabelecidas anteriormente foram interrompidas, crie rotinas para o seu filho. Isso pode ajudá-lo a se sentir mais seguro e entender o que é esperado dele. Essa também pode ser uma maneira importante de introduzir novos comportamentos – como lavar as mãos ou comportamentos alinhados ao distanciamento social – nos hábitos diários.

Não esqueça da empatia.
Neste período é comum que a criança se sinta confusa e insegura, o que pode levar a dificuldades, desconforto ou sofrimentos adicionais, ainda que não saibam como demonstrar. Valide os sentimentos de aflição da criança e, no caso de você ter dificuldades para lidar com eles, tente entrar em contato com terapeutas e outras famílias em situações semelhantes para debater ideias para resolver qualquer desconforto ou desafios sensoriais, de comunicação e de movimento, na medida do possível.

Mostre o amor. 
As crianças com autismo ou com algum tipo de deficiência podem internalizar o sentimento de que eles ou suas necessidades de cuidados são onerosos para os pais. Durante esse período estressante e incerto em que os pais podem estar se desdobrando entre home-office, cuidador, professor, além de ter que cuidar de todas as tarefas domésticas, esse sentimento pode ser aumentado. Lembre seu filho de seu amor incondicional e alegria de passar mais tempo com ele.

Incentive-os a falar sobre seus sentimentos.
Crianças com autismo geralmente experimentam sentimentos de isolamento social de seus pares, e as políticas de distanciamento social relacionadas ao COVID-19 podem amplificar esses sentimentos. Dê a seu filho oportunidades para discutir esses sentimentos, mostrando que eles são importantes. Aproveite para tentar estreitar os laços entre amigos e familiares meio de telefonemas e bate-papo por vídeo e outras plataformas virtuais.

As brincadeiras são uma ferramenta de aprendizagem importante para crianças. É durante esse momento que as crianças exercitam a criatividade, treinam habilidades sociais e comportamentos apropriados. O momento da brincadeira também é uma ótima oportunidade para reforçar comportamentos positivos e ensinar novas habilidades para a sua criança.

Você pode usar a brincadeira como reforço de duas formas: aproveitando o momento em que ela está brincando de forma apropriada para incentivar e elogiar; ou encaixando a brincadeira na rotina de forma que ela suceda uma atividade menos prazerosa para a criança e seja um reforço para essa atividade.

No primeiro caso, você pode aproveitar esse momento em que seu filho ou filha está se divertindo, incentivar a iniciativa, independência e criatividade da criança. Para isso, observe o comportamento da sua criança e, após um período, participe da brincadeira.

Uma boa forma de começar a participar é imitar o seu filho, por exemplo, se ele está desenhando um carro, você pode começar desenhando um carro também. Descreva o comportamento e elogie ele enquanto está brincando (“Você está desenhando um carro. Adorei como você usou as cores, muito bem!).​​​​​​

A partir daí, comece a enfatizar os comportamentos que ocorrem em situações sociais, como as ideia de compartilhar, solicitar, revezar, sempre elogiando os comportamentos desejáveis. É importante demonstrar e dar pequenas sugestões, de forma que a brincadeira não fique chata e cansativa e respeitar o tempo da criança.

No segundo caso, você pode organizar a rotina para que o tempo de brincadeira motive a criança a realizar outras atividades. A hora de brincar pode, por exemplo, vir logo depois da rotina de higiene pessoal. Ou, se você quer que a criança faça determinada atividade, pode combinar “primeiro vamos fazer as tarefas de casa, depois brincamos juntos”.

Muitas crianças com TEA podem ter dificuldades de se engajar em brincadeiras, especialmente as mais lúdicas. Por isso, é importante acompanhar e ajudá-la a iniciar as brincadeiras, caso seja necessário. Caso a criança não se engaje na brincadeira, não insista, tente novamente em outra oportunidade. E não esqueça de elogiar sempre que possível.

Muitos pais não sabem, mas a verdade é que o ato de elogiar a criança é uma ferramenta fundamental para estimular a autoestima e o aprendizado de novos comportamentos em seus filhos. Isso porque elogios são reforçadores extremamente eficientes, principalmente se feitos no momento e da maneira correta.

Elogiar uma ação de uma criança a ajuda a criar um padrão de comportamento positivo, permitindo que ela crie habilidades sociais necessárias que funcionarão para a adaptabilidade em um ambiente mais natural e complexo. 

Para isso, vamos entender como eles funcionam dentro da Terapia ABA e da ideia de parentalidade positiva.

Os elogios são reforçadores
Dentro da análise comportamental existem vários tipos de reforçadores que se dividem entre os primários e secundários. Os primários são aqueles que não exigem aprendizados para que sejam usados como recompensa, geralmente vinculados a questões mais instintivas do ser humano. Água, comida e sono, por exemplo, são exemplos de reforçadores primários.

Outros reforçadores são aprendidos e que chamamos de secundários. Dentro desse grupo, temos aqueles que são automáticos, ou seja, que são provenientes das sensações oferecidas ao próprio corpo como as autoestimulações; e o reforçador secundário generalizado, que é aprendido quando colocado um contexto que, em geral, envolve um comportamento. É aqui que entram os elogios.

Para que seja aprendido enquanto reforçador de comportamento, o elogio precisa ser feito junto com algum reforçador primário. Por exemplo, para uma criança a presença da mãe está pareada com a mamadeira. A partir daí, o reforçador fica sendo tanto a mamadeira quanto a presença da mãe. O mesmo acontece quando essa criança entende que a presença da mãe está ligada à atenção que ela recebe, como por exemplo o elogio.

Como usar o elogio?
De maneira explícita, o elogio é usado através da linguagem ao dizer que o indivíduo fez algo muito bem, ou da maneira que era esperada. Se por um lado as crianças neurotípicas aprendem isso mais rapidamente, as neuroatípicas necessitam que se estabeleça o elogio como reforçador em situações específicas, dentro de um ambiente e contexto no qual determinado comportamento ocorre. Dessa forma, o elogio é usado como feedback de que a criança está no caminho certo ou fazendo algo muito bem.  

Para que o elogio seja usado como reforçador positivo maneira efetiva, é fundamental que ele seja feito logo depois de um comportamento considerado bom ou adequado. Isso quer dizer que não adianta falar apenas “Bom trabalho” sem identificar o que é esse trabalho. 

Elogios específicos como “nossa, você fez sua letra está muito bonita” ou “eu gostei muito como você guardou seus brinquedos quando a mamãe pediu”, são muito mais efetivos para o aprendizado daquele comportamento que se deseja que seja aprendido.

Por isso não se esqueça de fazer um elogio ao seu filho ou filha. Além de fazer muito bem para a autoestima da criança, isso faz parte do aprendizado e desenvolvimento de suas habilidades sociais. 

Rotinas são muito importantes na vida de qualquer criança e adolescente. Elas são de grande ajuda no desenvolvimento de habilidades de vida diária e oferecem segurança na execução dessas atividades. Para uma criança neuroatípica a rotina é ainda mais importante, porque reforça essa ideia de segurança, previsibilidade e ajuda a criança a compreender o mundo a sua volta, se sentir segura executando as tarefas do dia a dia e se adaptar aos diferentes ambientes e situações sociais.

Se for possível, é uma boa ideia incluir a criança na organização dessa rotina, deixando que ela faça escolhas quando possível, sempre dentro daquilo que você entende que é importante para ela e da rotina da família. A criança pode, por exemplo, optar por fazer as atividades escolares antes ou depois do jantar, mas nunca deve ser oferecida para ela a opção de não fazer.

A organização dessa rotina pode ser feita através de um quadro visual, com imagens das diferentes atividades (acordar, tomas café da manhã, escovar dentes, trocar de roupa), por meio de cronogramas e agendas. As rotinas visuais são uma ferramenta importante para crianças dentro do espectro, porque comunicam com mais eficiência aquilo que é esperado da criança. Essa rotina deve estar acessível, para sempre ser consultada e acompanhada pela criança e seus cuidadores.

Mas e se for preciso sair da rotina? Aí é só explicar como será o dia e preparar a criança para essa mudança. No fim de semana, por exemplo, você pode preparar a criança para uma festa ou passeio, dizendo como será aquele dia especial, que tipo de atividades ela pode fazer, quem estará com ela. Assim, mesmo que a rotina seja quebrada, ela ainda será preparada para aquele dia diferente.

No entanto, é esperado que as crianças com TEA experimentem algum desconforto com essas alterações. Ela pode precisar de um tempo para se ajustar aquele novo espaço ou atividade. Caso ela tenha muita resistência a esse tipo de mudança é interessante, aos poucos, introduzir pequenas mudanças para que ela fique menos rígida. Aqui, a rotina visual também pode ajudar nessa comunicação das alterações, deixando claro para criança como será o dia e o que é esperado dela em todos os momentos do dia. Assim, a criança tem previsibilidade mesmo que a rotina sofra alterações e pode se acostumar a essas mudanças aos poucos.