Há uma crescente esperança no uso de células tronco no tratamento do autismo, mas ainda não há evidências científicas de sua eficácia e segurança

Como sabemos, o autismo não é uma doença, portanto não há cura. Além disso, o único tratamento cuja eficácia é comprovada com evidências científicas é a intervenção comportamental através da Terapia ABA.
Contudo, nos últimos anos geneticistas, microbiologistas e pesquisadores de outras áreas têm investigado a possibilidade de criar um tratamento, ou mesmo erradicar os sintomas do autismo usando o transplante de células tronco.

A discussão a respeito do assunto surgiu ainda na década de 90, mas ganhou força a partir de 2013, em um artigo feito por pesquisadores chineses e publicado pelo Journal of Translational Medicine. Na ocasião, a combinação de transplante combinado de células mononucleares do cordão umbilical e células-tronco mesenquimais derivadas do cordão umbilical mostrou maiores efeitos terapêuticos quando combinadas.

Os pacientes submetidos a terapia celular apresentaram um avanço em relação a consciência corporal, fala e hiperatividade, 24 semanas após a infusão das células-tronco.

Desde então, vários outros estudos passaram a investigar a relação entre autismo e células tronco, impulsionados por fundações científicas financiados por laboratórios especializados no transplante de células troncos. Como consequência, a possibilidade de tratamento passou a ganhar popularidade entre pais e pessoas com autismo nos Estados Unidos, a ponto de pais pagarem até US$ 15 mil para participar de tratamentos experimentais.

E é aí que mora o perigo.

Embora o tema tenha sido foco das atenções de fundações e laboratórios especializados em pesquisas de células tronco nos últimos anos, ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia do tratamento e inclusive sobre se ele é  de fato seguro para os pacientes.

Um ensaio clínico de 2018 no Sutter Institute of Medical Research em Sacramento, Califórnia, encontrou “evidências mínimas de eficácia clínica” de infusões de sangue do cordão umbilical aplicada em 29 crianças autistas.

O registro de ensaios clínicos do National Institutes of Health lista 11 outros ensaios com células-tronco relacionadas ao autismo – mas 3 foram concluídos anos atrás sem registrar nenhum resultado, 3 estão listados com um status ‘desconhecido’ e 2 foram retirados.

A maioria dos estudos foram executados fora dos EUA — o que dificulta o acompanhamento preciso e a checagem da informação pelo órgão americano — e nenhum randomizou os participantes para receber a terapia ou o placebo, que é considerada a abordagem padrão ouro em ensaios clínicos.

O ceticismo dos pesquisadores pode ser exemplificado pelo estudo “Cell therapy approaches to autism: a review of clinical trial data”, do neurocientista Jack Price, da universidade britânica King’s College London.

Uma vez que todos os estudos afirmam mostrar que sua metodologia é segura, outros estudos não controlados parecem difíceis de justificar. O objetivo dos ensaios de fase I / II com rótulo aberto é demonstrar segurança. Se isso for alcançado, estudos adicionais serão redundantes e, portanto, antiéticos. Claramente, a única maneira de sabermos se as terapias celulares podem ter um impacto no TEA é por meio de estudos adequadamente controlados por placebo. Isso é contestado por alguns, mas continua sendo a posição majoritária entre os reguladores e os próprios cientistas clínicos [34]. Aproximadamente 90% dos medicamentos falham em ensaios clínicos e a maioria falha por razões de eficácia ou segurança [35]. Os dados sobre terapias avançadas são atualmente muito escassos para serem analisados de forma robusta, mas a natureza experimental dessas terapias significa que sua taxa de sucesso provavelmente não será maior. Isso significa que a grande maioria dos pacientes que participam de estudos como os considerados aqui está recebendo tratamentos inseguros, ineficazes ou ambos. Os pais e os médicos fariam bem em lembrar que esses pacientes, em sua maioria, são crianças, incapazes de dar consentimento. Em muitos casos, a qualidade de vida futura é muito difícil de avaliar. Quão legítimo é expor esses indivíduos a riscos com uma probabilidade de sucesso tão baixa?

O que a Casulo pensa
Nós, da Casulo Comportamento e Saúde, somos entusiastas da ciência e acreditamos que apenas tratamentos baseados em evidências científicas devem ser usados para os casos de autismo.
É claro, ficamos esperançosos por novas possibilidades e informações que possam nos ajudar a entender o espectro e a melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA.

Entretanto, sublinhamos a necessidade de que toda descoberta científica precisa passar por vários critérios. No momento, ainda não há provas que garantam o uso das células troncos para reduzir características ou mesmo reverter quadros de autismo.

Por isso sugerimos muita cautela a esse e outros tratamentos experimentais que não tenham passado pelos testes necessários ou que ainda não possuam informações a respeito.

Outras fontes:

https://translational-medicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/1479-5876-5-30

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/10/celulas-tronco-auxiliam-no-tratamento-de-autismo-mostra-estudo.htm

https://translational-medicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/1479-5876-5-30#article-info

https://molecularautism.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13229-020-00348-z

https://translational-medicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/1479-5876-11-196

https://www.neurogen.in/assets/frontend/pdf/scientific-publications/Autism/15-Autism.pdf

Muitas crianças com autismo apresentam dificuldades nas habilidades de compreensão de leitura durante os anos escolares, mesmo que não possuam deficiências intelectuais. Para entender mais especificamente por que essas crianças com TEA ficam atrás de seus colegas neurotípicos nessa área, um novo estudo publicado em novembro apontou duas habilidades específicas iniciais e pré-leitura como bases fundamentais para o desenvolvimento da compreensão de leitura posteriores.

No desenvolvimento da linguagem, as habilidades narrativas são fundamentais para desenvolver uma pré-leitura eficaz, como recontar os eventos de uma história em ordem e entender como as partes de uma narrativa funcionam juntas. As habilidades de inferência se desenvolvem no início da leitura e incluem a capacidade de vincular as ideias em duas frases.

Segundo o estudo, os desafios com essas duas habilidades iniciais foram fortemente associados aos desafios de compreensão de leitura à medida que envelheciam.

“Este estudo exclusivo se propõe a compreender as habilidades específicas que podem ser apoiadas desde a infância, para ajudá-las a ter uma leitura bem-sucedida à medida que progridem na escola e na idade adulta”, disse Thomas W. Frazier, Ph.D., chefe de ciências oficial da Autism Speaks.

Para medir as habilidades específicas que apoiam a compreensão da leitura, 81 crianças com idades entre 8 e 16 anos, com diferentes níveis de necessidades de apoio, leram histórias e responderam a perguntas sobre elas, incluindo fazer resumos e recontar o que leram.

Os pesquisadores também compararam essas habilidades com o vocabulário das crianças, ou compreensão do significado das palavras usando padrões apropriados para a idade. Independentemente da idade da criança, sintomas de autismo mais significativos e habilidades de vocabulário mais baixas foram associados a mais desafios para a construção das narrativas. Em contraste, habilidades de vocabulário e idade, mas não os sintomas de autismo, foram associadas a desafios com habilidades de inferência.

Crianças cujas habilidades de recontagem narrativa e inferência pontuaram mais alto no ensino fundamental continuaram a apresentar crescimento ao longo dos 2,5 anos de estudo. Os pesquisadores concluíram que trabalhar essas habilidades específicas de compreensão de leitura no ensino fundamental é essencial para apoiar a compreensão de materiais mais complexos à medida que envelhecem.

Os pesquisadores sugerem que estudos futuros examinem faixas etárias mais específicas para determinar períodos críticos e estratégias de intervenção específicas para alunos do ensino fundamental, médio e médio.

Segundo dr. Frazier, a compreensão da leitura como uma área específica de desenvolvimento pode ser crucial para personalizar a forma como é ensinada a linguagem e as habilidades de leitura para crianças com esses desafios, para que tenham o maior sucesso possível.

Fonte: https://www.autismspeaks.org/science-news/study-links-reading-comprehension-challenges-autistic-children-specific-early-and-pre

Para esse assunto, é importante ser direto e bem claro. Não existe vacina que cause autismo. 

Embora isso já seja claro para toda a comunidade científica, infelizmente a mentira envolvendo a correlação entre a vacina Tríplice Viral dada na primeira infância e o desenvolvimento do autismo volta e meia é usada como argumento para grupos antivacina.

A irresponsabilidade de quem dissemina essas informações é extremamente preocupante. Não só pelo aspecto óbvio de colocar em risco as vidas das crianças — além de toda a comunidade ao redor, que corre o risco de se tornar suscetível às doenças que poderiam ser (ou até já foram) extintas — mas também porque abre a porta para uma nova onda de desinformação e preconceitos envolvendo o autismo.

Mas de onde surgiu essa desinformação? Qual a origem desse boato?

Bem, precisamos voltar à 1998, quando o então gastroenterologista Andrew Wakefield e seus colegas de estudo levantaram a possibilidade de um “vínculo causal” desses problemas com a vacina MMR, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba e que havia sido aplicada em 11 das crianças estudadas. O resultado da pesquisa preliminar foi publicada na conceituada revista Lancet.

A hipótese levantada por Wakefield era de que as vacinas poderiam causar problemas gastrointestinais, os quais levariam a uma inflamação no cérebro – e talvez ao autismo.

Institutos de saúde de toda a Europa se debruçaram sobre a pesquisa de Wakefield, com o objetivo de tentar encontrar essa relação, resultando em dezenas de publicações científicas sobre o tema, uma vez que o descobrimento disso poderia mudar completamente a forma de combate à essas doenças. Entretanto, nenhum indício foi encontrado. 

Em 2004, a mentira do ex-médico começou a ser descoberta. Uma série de reportagens, revelou que Wakefield havia constantemente fraudado os dados dos testes para tentar provar que a vacina MMR estava ligada ao surgimento de sintomas do autismo. 

Por trás das fraudes nas pesquisas estava o próprio interesse. Em 1998, Wakefield havia feito um pedido de patente para uma vacina contra o sarampo que concorreria com a MMR. A manipulação dos dados e o falso alarme fazia parte de uma estratégia de difamação da vacina concorrente, para abrir espaço para a venda do seu próprio método de imunização

A mentira do charlatão ficou ainda mais evidente depois que o médico que auxiliou veio a público confirmar que era mentira a alegação de Wakefield de que teriam sido encontrados vestígios do vírus do sarampo nas 12 crianças pesquisadas. Segundo o médico, o vírus não havia sido encontrado em nenhuma delas – e que Wakefield ignorou essa informação para não prejudicar o estudo.

Em 2010, a Revista Lancet revogou o estudo, pouco depois que o conselho médico do Reino Unido cassou a licença do ex-médico. O conselho afirmou que o médico atuou de maneira “desonesta, enganosa e irresponsável”.

Infelizmente, o estrago estava mais do que feito. Grupos anti-vacina, anti-ciência e conspiracionistas de toda sorte já haviam se organizado ao redor da teoria fraudulenta de Wakefield. Este último, por sua vez, fez questão de fomentar a própria mentira, participando ativamente de protestos e escrevendo livros auto-elogiosos sobre sua pesquisa falsa.

Em 2014 uma meta-análise de dez estudos envolvendo mais de 1,2 milhão de crianças reafirmou que as vacinas não causam autismo. No mínimo, a imunização foi associada à diminuição do risco de crianças desenvolverem autismo, uma possibilidade que é mais forte com a vacina contra sarampo-caxumba-rubéola.

Em 2019, um estudo de escala inédita realizado pelo Instituto Serum Statens e publicado na edição de março de 2019 da revista Annals of Internal Medicine reforçou que a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) não aumenta a probabilidade de desenvolvimento de transtornos do espectro do autismo (TEA). Colaboraram com o trabalho as universidades de Copenhagen, na Dinamarca, e Stanford, nos Estados Unidos.

Na Casulo Comportamento e Saúde levamos a ciência muito a sério. Tanto, que trabalhamos apenas com evidências científicas.

Diga não ao charlatanismo e às Fake News. E lembre-se de vacinar-se e vacinar sua criança, seguindo as recomendações de agências nacionais e internacionais de controle epidemiológicos.

Não é novidade para ninguém que 2020 foi um ano complicado. Para além da tristeza por todas as vidas perdidas devido à pandemia, o cenário de incertezas também nos trouxe muita preocupação e insegurança. Como muitos de vocês, a Casulo Comportamento e Saúde teve que reconsiderar alguns dos planos para 2020.

Entretanto, mesmo em um ano tão triste e atípico, também tivemos algumas boas notícias na Casulo.
Se o “novo normal” impediu que realizássemos eventos e palestras presenciais, as plataformas online nos permitiram realizá-las e difundir nossos conteúdos em prol das melhores práticas envolvendo o tratamento do autismo, sempre com base em evidências científicas.

Foi o caso I CONGRESSO CAPIXABA ABENEPI: A criança difícil e os diferentes modelos de família no Século XXI, no qual a Casulo Comportamento e Saúde participou por meio de sua diretora clínica Mylena Lima, presidente da comissão científica do evento. O evento reuniu profissionais de várias áreas, com o interesse comum de discutir o comportamento infantil.

Além disso, nossa diretora participou do XVIII Seminário Internacional do Instituto LAHMIEI Autismo, fazendo parte da mesa redonda “Análise do Comportamento Aplicada: A Experiência de Diferentes serviços no tratamento do Autismo”, no qual foi compartilhada toda a experiência da Casulo nesses últimos três anos oferecendo Terapia ABA.

Institucional

Aliás, em 2020 a diretora clínica Mylena Lima foi eleita para o mandato de dois anos no conselho fiscal da Associação Brasileira da Análise do Comportamento (ACBr).

Cursos

Em 2020, iniciamos a oferta do curso online Treino de Pais: ABC da Parentalidade Positiva, um curso introdutório voltado para pais que não tiveram contato com estratégias da Análise do Comportamento Aplicada anteriormente e servirá para ensinar habilidades cruciais para que pais aprendam estratégias eficientes para promoverem a cooperação infantil.

Os cursos online também serviram para capacitar ainda mais nossos colaboradores. Pensando nisso criamos cursos EAD para treinamento interno.

Aproveitamos para tratar da implementação da plataforma de coleta e análise de dados, Central Reach, ferramenta importada dos EUA e considerada a melhor para o serviço.

Conquistamos a aprovação como provedor dos cursos preparatórios para cetificações QABA – QASPs e ABAT, o que permite à Casulo oferecer cursos que permitirão que os colaboradores se preparem e se inscrevam nas provas necessárias para obtenção das certificações internacionais envolvendo a Terapia ABA. Essa é uma grande conquista para a Casulo e para as famílias de nossos clientes, uma vez que permitirá a qualificação ainda maior dos nossos colaboradores.

Novas Unidades

Desde o início da Casulo, sempre tivemos como meta levar nossos serviços ao máximo de famílias possível. Sabemos que há muitas crianças com TEA sem o atendimento adequado e o quanto podemos fazer a diferença.

Em 2020, ficamos orgulhosos por termos conseguido aumentar um pouco mais o alcance do nosso atendimento. Abrimos mais um três novas unidades: em Aracruz, São Mateus e em Teixeira de Freitas, na Bahia. As novas clínicas oferecem o mesmo serviço de qualidade da Casulo e contará com profissionais capacitados, treinados e supervisionados.

Além disso, a Casulo Comportamento e Saúde agora é parceira da Clínica Em.Si, sediada em Cachoeiro (ES). Idealizada pela neuropsicóloga Daniele Garioli a Clínica Em.Si é um centro de excelência de avaliação e intervenção, cujo objetivo central é auxiliar o progresso do desenvolvimento infantil através de um tratamento interdisciplinar com um equipe especialista em intervenção precoce.

Novos membros da equipe Casulo

As nossas novas unidades permitiram a chegada de novos membros em nossa equipe. Este ano ficamos muito felizes em dar nossas boas-vindas a novos colaboradores.

Carlos Almeida é psicólogo, especialista em análise do comportamento aplicada pela Universidade de São Paulo e pela Universidade Federal de São Carlos, novo consultor da Casulo em Teixeira de Freitas

Luciano Carneiro é psicólogo há quase 10 anos e mestre em Análise do Comportamento. Tem especialização em Análise do Comportamento Aplicada e experiência no atendimento de crianças com TEA. Ele vai atuar supervisionando e acompanhando os atendimentos na clínica de Linha, Aracruz,  Cachoeiro e Santa Tereza.

Um estudo publicado pela revista Autism and Developmental Language Impairments aponta para o treinamento dos pais, além de ajudar a apoiar o desenvolvimento de seus filhos, reduz os níveis de estresse relatados por pais de crianças com autismo do que pais de crianças com atrasos de linguagem.

No estudo publicado na revista, pais de crianças de 2 a 6 anos de idade fizeram uma pesquisa sobre seus níveis de estresse. A pesquisa incluiu um perfil de seus filhos com detalhes sobre os comportamentos e necessidades sensoriais deles.

“Este estudo fornece suporte crucial para o envolvimento dos pais em intervenções de toda a família para crianças com transtorno do espectro do autismo”, disse Thomas W. Frazier, Ph.D., diretor de ciências da Autism Speaks. “Os pais precisam de ajuda para responder melhor aos desafios comportamentais de seus filhos de uma forma que apoie o aprendizado de habilidades de regulação emocional e trate do bem-estar da criança e da família.”

Os pesquisadores compararam as respostas de dois grupos: aqueles cujos filhos foram diagnosticados com autismo e pais de crianças com deficiência específica de linguagem.

Os pais com uma criança que foi diagnosticada com TEA relataram se sentir significativamente mais estressados devido às dificuldades de seus filhos com uma série de desafios de funções executivas. Isso inclui impulsividade, foco, respostas a estímulos sensoriais e controle emocional.
O estresse dos pais foi relacionado às suas habilidades de responder a comportamentos difíceis relatados na pesquisa, como agressão e controle emocional deficiente. Esses pais também relataram sentir falta de controle.
Com base em pesquisas anteriores que descobriram que o treinamento dos pais em como responder durante os tratamentos baseados em brincadeiras melhorou a aprendizagem das crianças, os pesquisadores do estudo de estresse dos pais concluíram que o envolvimento dos pais no tratamento poderia ter benefícios adicionais.
“Os pais e cuidadores de crianças com autismo e desafios relacionados são membros essenciais da equipe de atendimento”, disse o Dr. Frazier. “Pesquisas futuras devem continuar a explorar tratamentos que envolvam pais ou cuidadores no processo para garantir que seus entes queridos autistas recebam o suporte exclusivo de que precisam e melhorem o bem-estar de toda a família.”

Veja o texto original e completo em Autism Speaks.

São poucas as publicações que tocam em como é ser pai ou mãe de  uma criança com autismo, sejam os medos, as angústias, as alegrias com as pequenas conquistas diárias… É raro ver essas questões serem retratadas fora de um espaço comum com outros familiares na mesma situação.

Pois é esse o tema de Fala, Maria (editora Skript), do mexicano Bernardo Fernández, o Bef. A HQ mostra o processo de aprendizagem do autor, da negação à aceitação  à compreensão, nem sempre eficiente, de como funciona o mundo de sua primogênita, diagnosticada com o transtorno do espectro autista aos dois anos de idade.

Com traços leves mas marcantes, cheio de espaço para a imaginação e a elocubração, Bef abre a porta de sua intimidade. Não se furta de abordar questões delicadas, como o divórcio, mas também espalha pelas páginas um olhar poético e, por que não?, otimista.

Com sua sinceridade e sua mão estendida para a inclusão, Bef também insere Fala, Maria em uma outra família: a dos quadrinhos que buscam gerar empatia, combater preconceitos e incentivar a inclusão.

Confira o texto completo feito e a entrevista com o autor sobre a obra feitos pela Zero Hora.

Um estudo publicado na Autism Research descobriu que adolescentes no espectro do autismo que sofreram bullying tem duas vezes mais probabilidade do que seus pares de desenvolver tendências suicidas ao longo do tempo.

Os pesquisadores acompanharam 680 adolescentes de 13 a 18 anos que estão no espectro do autismo recebendo serviços de saúde mental no sul de Londres. Adolescentes que foram encaminhados por pensamentos e comportamentos suicidas pré-existentes foram excluídos dos resultados.

Adolescentes que disseram ter sofrido bullying durante o primeiro mês após receberem serviços de saúde mental tiveram duas vezes mais probabilidade do que outros adolescentes autistas de desenvolver pensamentos ou comportamentos suicidas em cinco anos.

Dos adolescentes que relataram bullying no início do tratamento, 44% expressaram pensamentos ou comportamentos suicidas em sua avaliação de acompanhamento. Os pesquisadores sugeriram pesquisas futuras para determinar se as intervenções para parar o bullying têm um efeito semelhante na redução do suicídio para adolescentes com autismo.

Meninas com autismo

Embora 25% do grupo fosse do sexo feminino, uma proporção maior de adolescentes vítimas de bullying era do sexo feminino. As mulheres tiveram quase o dobro do risco de suicídio em comparação com os homens no estudo, e os pesquisadores apontaram o gênero feminino como um fator de risco significativo para suicídio em adolescentes autistas.

Com relatórios publicados anteriores estimando que mais de 60 por cento das crianças com autismo são vítimas de bullying em algum ponto, os profissionais que trabalham com adolescentes autistas devem considerar as descobertas deste estudo e perguntar sobre o bullying para entender melhor o risco de comportamento suicida posterior.

Fonte: Investigating Bullying as a Predictor of Suicidality in a Clinical Sample of Adolescents with Autism Spectrum Disorder

 

Seguimos com a nossa série de postagens Saiba seus Direitos!

Hoje falaremos sobre um benefício que muitas famílias com autistas não sabem que têm direito. O Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Esse é um benefício socioassistencial e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social no valor de um salário mínimo. Para ter acesso ao BPC é preciso ter:

Renda familiar inferior a 1/4 do salário mínimo; e comprovação da deficiência e do nível de incapacidade para vida independente e para o trabalho, temporária ou permanente, que deve ser atestada por perícia médica e social do INSS.

(Para a lei, considera-se: 1- Família: todas as pessoas que vivem sob o mesmo teto. 2- Renda: soma bruta de todos os rendimentos recebidos pela família.)

Como você pode solicitar o BPC?
O pedido é feito na agência do INSS, sendo que para atendimento é obrigatório fazer o agendamento, que poder ser feito pessoalmente ou pelo telefone 135 da Central de Atendimento da Previdência Social (ligação gratuita de telefone fixo ou público) ou pela internet no site www.previdenciasocial. gov.br.

No dia e horário marcados a pessoa ou seu representante legal deve levar declaração de renda da família, comprovante de residência e documentos de identificação (como RG e CPF) e preencher e assinar o formulário de solicitação do benefício.

Depois será marcada uma perícia médica e social para comprovar tanto a deficiência como a incapacidade para a vida independente e para o trabalho. Se precisar de informações, antes de ir ao INSS, a pessoa pode procurar a Secretaria Municipal de Assistência Social, CRAS ou órgão similar no seu município.

Se houver comprovada impossibilidade de deslocamento da pessoa com deficiência até o local de realização da avaliação da incapacidade, ela é realizada em seu domicílio ou instituição em que estiver internada.

Validade do Benefício

Importante ter em mente que o BPC não pode ser acumulado com outro benefício da Seguridade Social, salvo com assistência médica e no caso de recebimento de pensão especial de natureza indenizatória.

O Benefício também não é vitalício e a concessão é revista a cada dois anos para avaliação de sua continuidade e será cessada sempre que os requisitos não estiverem mais presentes.

Fonte: jus.com.br/artigos/80685/direito-dos-autistas

Nós, da Casulo Comportamento e Saúde, acreditamos que para que haja a inclusão social real das pessoas com Autismo e outras formas de deficiências, físicas ou mentais, é necessário fazer valer as leis e direitos conquistados por essas populações.

Além dos direitos constitucionais, garantidos à pessoa através da constituição de 1988, o autista também tem direitos previstos em leis específicas para pessoas com deficiência (Leis 8.899/94, 10.048/2000, 10.098/2000, entre outras), bem como em normas internacionais assinadas pelo Brasil, como a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

E para isso, nós acreditamos que é fundamental que as pessoas saibam quais são esses direitos.

Com esse objetivo, resolvemos iniciar uma nova série de postagens no nosso blog e nas nossas redes sociais, chamada Saiba seus direitos!, no qual compartilharemos cada um dos descritos em leis federais, estaduais e municipais.

Para iniciarmos, veja quais são os direitos dos autistas na área de Assistência Social:

As pessoas com autismo e sua família podem se beneficiar de tudo que a Assistência Social tem a oferecer no município onde residem. As informações sobre os benefícios, programas, serviços e projetos existentes e como acessá-los podem ser obtidas no CRAS na cidade de sua residência, ou nas Secretarias de Assistência Social das Prefeituras.

Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas Deficiências e Idosas

Esse serviço tem como objetivo prevenir situações que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais destas pessoas, independente da idade, que já possuam vínculos frágeis ou falta de acesso a benefícios assistenciais

Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias

Foi criado visando promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e idosas com dependência, seus cuidadores e familiares, considerando especialmente a vivência de violação de direitos que comprometam sua autonomia por exemplo, isolamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas na família, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador e desvalorização da potencialidade/capacidade da pessoa.

Serviço de Acolhimento Institucional (Residências inclusivas para jovens e adultos com deficiência)

Destina-se a jovens e adultos com deficiência, que os vínculos familiares estão rompidos ou fragilizados e não dispõem de condições de autosustentabilidade, de retaguarda familiar temporária ou permanente ou que estejam em processo de desligamento de instituições de longa permanência.

Fonte: https://www.revistaautismo.com.br/CartilhaDireitos.pdf

A Casulo Comportamento e Saúde agora é parceira da Clínica Em.Si, sediada em Cachoeiro (ES). Idealizada pela neuropsicóloga Daniele Garioli a Clínica Em.Si é um centro de excelência de avaliação e intervenção, cujo objetivo central é auxiliar o progresso do desenvolvimento infantil através de um tratamento interdisciplinar com um equipe especialista em intervenção precoce.

Garioli explica que a ideia da parceria junto com a Casulo Comportamento e Saúde surgiu da necessidade de direcionar as supervisões da Clínica Em.Si em atendimentos  que envolviam a Terapia ABA.

“Eu já conhecia o excelente trabalho que a Casulo vinha fazendo no norte do Espírito Santo e sempre compartilhei da preocupação da Casulo com relação à necessidade de termos profissionais qualificados para fazer as intervenções ABA e questionei a Mylena Lima (diretora clínica da Casulo) sobre quais seriam das qualificações profissionais que são necessárias para que pudéssemos oferecer também esse serviço”, ela diz.

Após os primeiros treinamentos online oferecidos pela Casulo e uma visita presencial feita em Cachoeiro, a Clínica Em.Si continuará o trabalho especializado da avaliação precoce e a Casulo Comportamento e Saúde com a parte de intervenção de ABA de crianças com autismo ou algum tipo de deficiência intelectual.  “A ideia é melhorar ainda mais a qualidade do nosso atendimento, com eles fazendo toda essa parte de supervisão”, diz Daniele Garioli.

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