Um estudo publicado recentemente no Autism Research, revista ligada a International Society of Autism Research, mostra que atividades vocacionais como emprego, trabalho voluntário e estágio estão associadas a maior bem-estar e qualidade de vida entre jovens adultos com autismo.

Esta pesquisa é importante porque estudos anteriores mostram que entre 50% a 60% dos jovens adultos com transtorno do espectro autista (TEA) participam de poucas atividades vocacionais, experimentam conexão social limitada e/ou lutam para viver de forma independente. Isso pode ter um grande impacto no bem-estar e na qualidade de vida, pois o emprego e outras atividades vocacionais geralmente permitem que as pessoas desenvolvam confiança, conexões sociais e habilidades para viver de forma independente.

O estudo acompanhou uma amostra de 151 adultos ao longo de 10 anos (dos 18 aos 28 anos) para compreender como a sua participação em atividades profissionais evoluiu ao longo do tempo e o efeito dessas atividades no seu bem-estar.

Os resultados revelaram que as pessoas com autismo se enquadram em quatro grupos distintos de atividades vocacionais que diferem em seus níveis de felicidade:

  • O grupo “Sem Atividades” teve pouca ou nenhuma participação em atividades profissionais;
  • O grupo “Atividades Voluntárias” participou de atividades voluntárias ou emprego protegido por 10 horas semanais ou menos;
  • O grupo “Atividades Apoiadas” participou de empregos comunitários apoiados (com a ajuda de um coach de trabalho ou outra pessoa de apoio) por mais de 10 horas por semana;
  • O grupo “Atividades Independentes” participou do ensino pós-secundário ou emprego comunitário independente por mais de 10 horas por semana. As pessoas deste grupo apresentaram QI verbal e não verbal mais alto na infância e na idade adulta do que os grupos “Sem atividades” e “Atividades voluntárias”.

Os participantes do grupo “Atividades independentes” apresentaram níveis de felicidade relatados pelos pais significativamente mais altos do que os do grupo “Sem atividades” e níveis de felicidade autorrelatados significativamente mais altos do que os do grupo “Atividades voluntárias”. Eles também eram mais propensos a ter contato social mais frequente do que os outros grupos de atividades. Aqueles no grupo “Sem atividades” tiveram as pontuações de felicidade mais baixas de qualquer grupo, mostrando que qualquer nível de participação em atividades vocacionais pode melhorar o bem-estar de adultos com autismo.

Além disso, as pessoas normalmente não mudam seu nível de atividade vocacional ao longo do tempo – em vez disso, elas tendem a permanecer no mesmo grupo ao longo de 10 anos. Enquanto aqueles com emprego independente geralmente permaneceram empregados durante o período de 10 anos, aqueles com apoio, voluntariado ou nenhum emprego lutaram para melhorar seus resultados vocacionais ao longo do tempo. Isso enfatiza a importância de serviços de emprego precoce e direcionados para jovens em idade de transição e a necessidade de mais programas para apoiar os jovens adultos na transição para atividades independentes.

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